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			AQUECIMENTO GLOBAL – Aspectos 
			Gerais Haron Abrahim Magalhães Xaud Maristela Ramalho Xaud Reinaldo Imbrozio Barbosa 
 Estamos para completar nove anos desde o grande incêndio florestal que atingiu vastas áreas de florestas e savanas em Roraima. Após este evento conhecido como o mega-incêndio de Roraima, ainda hoje citado em muitos trabalhos científicos que tratam de mudanças climáticas globais e alterações diversas na Amazônia, temos que perguntar: Os cientistas estão realmente comprovando que o planeta está aquecendo? Sim, os cientistas estão comprovando que a Terra está aquecendo e que isto já está provocando eventos climáticos mais intensos e mais freqüentes, como por exemplo, secas, enchentes e furacões, além de catástrofes associadas ao degelo, como o aumento do nível dos oceanos. Não resta mais dúvida que o homem é o causador deste aquecimento acelerado. Estas foram algumas das principais conclusões apresentadas pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima) no último dia 02 de fevereiro, em Paris. O IPCC é um comitê científico internacional formado para assessorar a ONU nas questões de mudanças climáticas globais. Participaram das análises e pesquisas contidas neste último relatório, 2.500 pesquisadores de mais de 130 países. O que os cientistas estão alertando aos governantes e cidadãos do mundo todo é que com o crescimento da atividade das indústrias, com o amplo uso dos motores a combustão e conseqüente aumento do consumo de combustíveis fósseis, a Terra vem sofrendo um aumento anormal na temperatura média da superfície terrestre. Isto é conseqüência do aumento indiscriminado da emissão de gases causadores do efeito estufa para a atmosfera, como por exemplo o gás carbônico e o gás metano. Já existem acordos e metas mundiais, assinadas por diversos países, incluindo o Brasil, para a redução progressiva das emissões desses gases, sendo o marco de referência, o Protocolo de Quioto (1997). Nas discussões internacionais, o Brasil tem papel de relevância por conta dos estudos científicos que vem gerando; por ter a maior área de floresta tropical contínua; por ter a maior reserva de água doce fluvial e subterrânea; e a maior reserva de biodiversidade. Pelas pesquisas sabe-se também que a Amazônia tem um papel fundamental no controle térmico e na precipitação, afetando a distribuição de chuvas por toda a América do Sul, conseqüentemente, o clima do planeta. Mas o esforço em trazer este assunto a um maior número de cidadãos, visa discutir os riscos ambientais e econômicos para o Estado de Roraima frente a estas mudanças do clima, aparentemente tão mundiais, tão gerais, tão longínquas. Em maior ou menor grau, as mudanças climáticas já começaram a afetar nossos rios, nossas florestas, nossa pecuária, nossas plantações e nossa qualidade de vida. Segundo os dados divulgados pelo IPCC, nossa região (América do Sul) já aumentou de 0,5ºC a 1ºC na temperatura média do ar desde 1900. Trocando em miúdos, isto indica que para climatizar ambientes domésticos e industriais já estamos gastando mais energia elétrica em condicionadores de ar e ventiladores; que na agricultura estamos utilizando mais água para irrigar lavouras, pois o aumento da temperatura aumenta as perdas de água do solo e das plantas; e que o conforto térmico que afeta o desempenho das mais diversas atividades (rurais e urbanas), está mais difícil de ser mantido, prejudicando toda a população. A partir desta breve exposição, não é difícil concluir que o aquecimento global já está afetando nosso dia-a-dia. Mas as previsões indicam também outras mudanças no clima, que aliadas à temperatura, podem trazer outras complicações econômicas e ambientais para Roraima. Confira no próximo artigo a continuação desta discussão. 
			
			 
			Haron Abrahim 
			Magalhães Xaud  
			possui mestrado em Sensoriamento 
			Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1998). 
			Atualmente é Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa 
			Agropecuária - Embrapa Roraima. Tem experiência na área de Recursos 
			Florestais e Engenharia Florestal , com ênfase em Manejo Florestal.
			 Contato: haron@cpafrr.embrapa.br 
 
			Maristela 
			Ramalho Xaud possui mestrado em Sensoriamento Remoto pelo 
			Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1998). Atualmente é 
			Pesquisadora II da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 
			Centro de Pesquisa Agroflorestal de Roraima. Tem experiência na área 
			de Agronomia e Meio Ambiente, com ênfase em Sensoriamento Remoto e 
			Geoprocessamento, atuando principalmente nos seguintes temas: 
			Roraima, Amazônia, sensoriamento remoto, geoprocessamento, 
			monitoramento ambiental, queimadas, incêndios florestais e gestão 
			ambiental. 
 
			Reinaldo 
			Imbrozio Barbosa 
			possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal 
			Rural do Rio de Janeiro (1984), mestrado em Biologia (Ecologia) pelo 
			Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1994) e doutorado em 
			Biologia (Ecologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 
			(2001). Atualmente é Pesquisador Titular III do Instituto Nacional 
			de Pesquisas da Amazônia - INPA. Tem experiência na área de 
			Ecologia, com ênfase em Ecologia de Ecossistemas. Atuando 
			principalmente nos seguintes temas: Savanas - Roraima, Amazônia - 
			Roraima, Efeito Estufa, Carbono, Cerrado e Emissão de Gases.  Contato: reinaldo@inpa.gov.br 
 Reprodução autorizada desde que citado o autor e a fonte Dados para citação bibliográfica(ABNT): 
							XAUD, H.A.M; XAUD, 
							M.R.; BARBOSA; R.I. 
							Aquecimento 
							global: aspectos 
							gerais. 
							2007. Artigo em Hypertexto. Disponível em: Publicado no Infobibos em 28/02/2007 |