AGRICULTURA ORGÂNICA

por ENGº AGRº SILVIO ROBERTO PENTEADO

Agricultura Orgânica é o termo que se emprega para designar o sistema de produção agrícola ecológico e sustentável, baseado na preservação e  respeito à terra, ao ambiente e ao homem; em condições trabalhistas, econômicas e sociais justas.

A agricultura orgânica, surgiu de trabalhos do pesquisador Sir Albert Howard, entre as décadas de 20 a 40 na Índia. Sua base mestra é a manutenção da fertilidade do solo e da sanidade geral das plantas e animais pela adubação orgânica, diversificação e rotação de culturas.

Características

Utiliza a reciclagem de resíduos sólidos, uso de adubos verdes e restos de culturas, uso de rochas minerais, uso de manejo e controle biológico de insetos, mantendo a sanidade e fertilidade do solo para suprir as plantas de nutrientes e controlar os insetos-pragas, moléstias e ervas invasoras.

Exclui o emprego de compostos sintéticos como fertilizantes, pesticidas, reguladores de crescimento e aditivos alimentares para os animais.

É uma tecnologia de processo, em contraposição da tecnologia de produtos (convencional), gerando independência, poder de decisão, conhecimento e controle dos meios de produção, produzindo e reciclando dos seus insumo, assim como apregoa condições econômico-sociais justas para os trabalhadores rurais.

Como Surgiu

O movimento por uma agricultura saudável surgiu no início do século passado, principalmente após a 2ª Grande Guerra, em reação ao emprego dos adubos químicos, melhoramento genético, excessiva mecanização e os pesticidas. Como o termo indica, a agricultura ecológica se baseia no equilíbrio integral do funcionamento dos ecossistemas (ar, água, solo e seu habitat ou componentes: flora e fauna). As práticas deste sistema são biológicas e ambientalmente sãs, sem emprego de qualquer produto ou metodologia que possa afetar este equilíbrio.

A agroecologia diverge do sistema convencional, porque tem uma visão "holística" da propriedade rural, isto é, considera a relação solo-planta-ambiente-homem, no seu todo. Com esta visão, em diversas partes do mundo, desenvolveram-se processos ecológicos, com os mesmos objetivos no seu fundamento, mostrando uma unidade de ação mundial nos seus princípios. São sistemas sustentáveis, transparentes, simples, podendo ser adaptadas e aperfeiçoadas de acordo com as condições locais, sendo às vezes baseadas em experiências e fundamentos tradicionais.

Principais Ramos da Agroecologia (além da orgânica)

AGRICULTURA SUSTENTÁVEL: É definida como agricultura ecológicamente viável, econômicamente rentável e social e humanamente justa, cujos recursos para sua implantação e desenvolvimento são obtidos no próprio local e ambiente.

AGRICULTURA NATURAL: Suas práticas estão baseadas em conceitos ecológicos e trata de manter os sistemas de produção iguais aos encontrados na natureza. Resultou do trabalho do Biólogo Masanobu Fujuosa na década de 50.

AGRICULTURA BIOLÓGICA: Surgiu na França, na década de 60, á partir dos trabalhos de Francis Dhaboussou e outros. Destaca-se pelo controle biológico, do Manejo Integrado de pragas e doenças e pela Teoria da Trofobiose (efeito dos agroquímicos na resistência das plantas).

PERMACULTURA: pode ser definida como uma agricultura integrada com o ambiente, que envolve plantas semi-permanentes e permanentes, incluindo a atividade produtiva dos animais. Ela se diferencia das demais atividades produtivas porque no planejamento leva-se em conta os aspectos paisagísticos e energéticos.

AGRICULTURA BIODINÂMICA: Esta agricultura se desenvolve em relação aos princípios filosóficos do humanista científico Rudolph Steiner (década de 30). Ele julga possível praticar uma agricultura que tem como princípio integrar os recursos naturais da agricultura em conexão com as forças cósmicas e suas diversas formas de valores espirituais e éticos, para chegar a ter uma aproximação mais compreensível das relações: agricultura e estilos de vida.

Agricultura Atual = Agricultura convencional

A agricultura convencional é descrita como o conjunto de técnicas produtivas que surgiram em meados do século 19, conhecida como a 2ª revolução agrícola, que teve como suporte o lançamento dos fertilizantes químicos por Liebig.

Este sistema expandiu-se após as grandes guerras, com o emprego de sementes manipuladas geneticamente para o aumento da produtividade, associado ao emprego de agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes) e da maquinaria agrícola.

O agricultor é dependente por tecnologias/recursos/capital do setor industrial, que devido seu fluxo unidirecional leva à degradação do ambiente e á descapitalização, criando uma situação insustentável à longo prazo.

Silvio Roberto Penteado, Engenheiro Agronônomo, Diretor Técnico do CESAGRO - CENTRO DE ESTUDOS AGROECOLÓGICOS e responsável pelo site: www.agrorganica.com.br

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